O dia 23 de abril é o “Dia Mundial do Livro”. Para celebrar este dia especial, o Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português (CPC) do Departamento de Português da Faculdade de Letras da Universidade de Macau (UM) convidou três personalidades para dar corpo ao Clube do Livro: Yao Jing Ming, que apresentou “Meu Coração Tardou: Fernando Pessoa e a Sua Poesia de Amor”, Giorgio Sinedino que trouxe “A essência do “amor”: intuições transculturais sobre I Coríntios 13”, e Carlos Morais José, que refletiu sobre a sua obra “Macau: o livro dos nomes”. Três fins de tarde dedicados à poesia, à religião e à cultura.
O poeta, artista e académico Yao Jing Ming abriu o Clube do Livro, no dia 22 de abril. Dedicado ao amor, a sessão “Meu Coração Tardou: Fernando Pessoa e a Sua Poesia de Amor” é dedicada à história de amor de Ofélia e Fernando (Pessoa).
Para ilustrar a paixão entre a bela e romântica Ofélia e o frio e distante Fernando, Yao Jing Ming escolheu o poema “O Pastor Amoroso”, em que o poeta descreveu uma cena amorosa, mas não teve a confiança neste amor ou a coragem para o confessar. Os participantes também foram encorajados a escrever e a partilhar as suas próprias histórias com os outros participantes. No fim, o Prof Yao comentou os textos apresentados, .
No dia 30 de abril, organizou-se a segunda sessão deste Clube do livro. O Centro convidou o sinólogo brasileiro Giorgio Sinedino, que proferiu uma palestra intitulada “A essência do “amor”: intuições transculturais sobre I Coríntios 13” e que permitiu uma reflexão sobre o significado de “amor” numa perspetiva intercultural, usando I Coríntios 13 como ponto de partida para explorar o significado de “amor” na literatura ocidental.
Na última sessão, Carlos Morais José, poeta e diretor do jornal Hoje Macau, apresentou “Macau: o livro dos nomes”. Há 30 anos em Macau e apaixonado por poesia, confessou, “já não sei de onde sou, onde pertenço. Sou de Macau, e sou de Portugal…”.
Embora escritos em chinês e português, os nomes das ruas em Macau têm significados diferentes nas duas línguas por razões culturais. A avenida principal no coração da Península de Macau, por exemplo, em chinês, chama-se San Ma Lo (“nova rua”), que marca um acontecimento histórico. Em português, chama-se Avenida de Almeida Ribeiro, em homenagem a um juiz português. Carlos M. José escreveu sobre 50 lugares em Macau. Cada texto apresenta uma relação amorosa. “A cidade de Macau está cheia de símbolos de amor”, disse o palestrante. Os lugares despertaram sentimentos que inspiraram o autor, para quem Macau é uma cidade utópica, onde as duas culturas têm sempre andado lado a lado nas ruas. “É uma cidade de muitas comunidades integradas, onde se encontra a liberdade, a humanidade, a realização de paixão e a construção do amor.”
Com esta série de eventos para celebrar o “Dia Mundial do Livro”, o Centro espera poder reforçar a importância da leitura de diferentes formas de literatura e das perceções que ganhamos com a leitura.
Desde a sua criação, em 2017, o Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português (https://cpc.fah.um.edu.mo/) tem trabalhado para desenvolver a cooperação com outras instituições visando a promoção de temáticas relacionadas com a educação e a formação, entre outras, em Macau e em outros contextos.