Este novo ciclo fala sobre Zhuangzi e sua obra. Começamos contrastando Laozi/Zhuangzi (primeiros patriarcas daoistas) e Confúcio/Mêncio (figuras de proa do Confucionismo primitivo). O Daoismo é mais difícil de definir e menos coerente do que a escola criada por Confúcio, pois (1) a transmissão entre Laozi e Zhuangzi é dificilmente documentável, enquanto é fácil estabelecer a cadeia de Confúcio a Mêncio; (2) o Confucionismo ancora-se a um cânone de obras, enquanto o Daoismo o questiona; (3) há maior continuidade e coerência no Confucionismo, enquanto o Daoismo produziu orientações diferentes, como Zhuangzi e os pensadores da Academia de Jixia.
Na época de Zhuangzi, o que chamamos de Daoismo conciliava várias orientações, algumas das quais contrastantes entre si. Isso tem a ver com a origem heteróclita de suas tradições, ideias e práticas. Como conclusão do Livro do Mestre Zhuang, o texto “Tudo sob o Céu” serve de pequena história intelectual do Daoismo, assumindo um viés eclético para mostrar como os ensinamentos de Zhuangzi se relacionam a outras escolas. Tendo a unidade do Dao como pressuposto, esse texto sugere que o contexto dos “Cem Mestres” corresponde à fragmentação política e decadência moral, reclamando a busca da verdade integral dos tempos prístinos.
A primeira delas é o Moísmo, uma das três maiores tradições do pensamento pré-Qin. Diferentemente do Daoismo e Confucionismo, o Moísmo desapareceu pouco após a unificação imperial da China. Seu fundador Mo Di, o mestre Mo (Mozi), era um conterrâneo mais jovem de Confúcio, que abandonou o círculo do Velho Mestre para fundar a sua própria tradição. Mozi opunha-se aos excessos dos Ritos e à fundação da ética sobre os laços familiares. O Daoismo aprovava a disciplina e parcimônia do Moísmo, mas recusava a sua tentativa de reconstruir as tradições (e estrutura social) de Zhou.
Hoje falamos sobre a influência de dois grupos de pensadores citados por “Tudo sob o Céu”, uma pequena história intelectual do Daoísmo. Ambos estão relacionados à Academia de Jixia, instituição mantida pelo país de Qi, que reuniu mestres de diversas escolas. Ao competirem por patrocínio e evidência, havia uma tendência geral de ecletismo. Song Jian e Yin Wen, mestres do primeiro grupo, estavam mais próximos do Moísmo, sendo lembrados por sua postura passiva e tolerante. Peng Meng, Tian Pian e Shen Dao, o segundo grupo, são mestres do Daoismo “Huang-Lao”, exigindo um poder central forte e imparcial, comandado por um soberano que purgue os seus desejos. Desta doutrina, Zhuangzi absorveu o pensamento de “Igualar as coisas”.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Terceira (Os textos da tradição), capítulo 33, “Tudo sob o Céu”(战国庄周与弟子著,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》)。
《莊子·雜篇》卷第三十三《天下》)
Registros do Cronista, de Sima Qian: rolo 63 “ Série biográfica III: Laozi e Han Fei” ; rolo 46 “Clãs dinásticos XVI: Tian Jing e Zhong Wan” (西汉司马迁着《史记》卷第六十三《老子韩非列传第三》;卷第四十六《世家第十六·田敬仲完世家》
Xun Qing. O Livro do Mestre Xun. Cap. 6, “Crítica dos Doze Mestres” e cap. 21 “Retirando o véu de ignorância”. (战国荀卿《荀子·非十二子第六》;《決蔽第二十一》)
Han Fei. O Livro do Mestre Han Fei. Cap. 40 “Crítica do pensamento da Potência”.
(战国韩非《韩非子·难势第四十》
Yin Wen. O Livro do Mestre Yin Wen. “O Grande Dao”, partes I e II. (战国尹文《尹文子 · 大道上》《大道下)
Shen Dao. O Livro do Mestre Shen. Cap. 5, “O Estatuto da Virtude”; Cap. 6, “Soberanos e homens”; Cap. 7 “Soberanos e Ministros” (战国慎到《慎子·德位第五》;《君人第六》;《君臣第七》)
Gongsun Long. O Livro do Mestre Gongsun Long. Cap. 1, “Jifu”
战国公孙龙《公孫龍子 · 跡府第一》
Lü Buwei. A Primavera e Outono do Sr. Lü. Rolo 16, “Xianshi Lan”, Cap. 8 “Retificando os Nomes”; Rolo 17, “Shenfen Lan”, Cap. 7 “Não-dualidade”.
战国吕不韦《吕氏春秋 · 卷第十六《先識覽·正名第八》; 審分覽》卷第十七《不二第七》
Depois de avaliar o Moísmo e a Academia de Jixia, “Tudo sob o Céu” aprecia Laozi e seu discípulo Yin Xi. Essa sequência criou dúvidas sobre a identidade e o período em que Laozi viveu. De qualquer maneira, Laozi é retratado nas três seções que compõem a obra de Zhuangzi. Na última delas, os “Textos da tradição”, Laozi é reconhecido como um grande mestre daoista e há um trecho sobre Lao Laizi, uma identidade alternativa de Laozi. Nos “Textos da Escola”, Laozi aparece na condição de mestre de Confúcio, o que afirma a superioridade do Daoismo. Na primeira, os textos atribuídos a Zhuangzi, Laozi é sempre referido como Lao Dan, o que sugere que Zhuang Zhou não se considerava discípulo dele. Nada obstante, Laozi já é venerado e há influência evidente do Dao De Jing.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do mestre), cap. 3, “Segredo da vida longa”; cap. 5, “o signo da virtude plena”; cap. 7, “uma resposta aos governantes”. Parte Segunda (Os textos da escola), cap. 14, “os movimentos do Céu”. Parte Terceira (Os textos da tradição), cap. 23; “Gengsang Chu”; cap. 26, “objetos externos”; cap. 27, “Sentido implícito”; cap. 33, “Tudo sob o Céu”
(战国庄周与弟子著,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》);《莊子·內篇》卷第三《養生主》;卷第五《德充符》;卷第七《應帝王》;《莊子·外篇》卷第十四《天運》;《莊子·雜篇》卷第二十三《庚桑楚》,卷第二十六《外物》,卷第二十七《寓言》,卷第三十三《天下》)。
Discutimos a imagem póstuma de Zhuangzi com base em duas fontes primárias: “Tudo sob o Céu”, a história intelectual do Daoismo inserida no último capítulo do Livro de Zhuangzi e o “Prefácio” ao Zhuangzi de Guo Xiang (252-312), editor do manuscrito que chegou ao nosso tempo. “Tudo sob o Céu” trata Zhuangzi de forma anticlimática. Zhuang Zhou é reconhecido por seus méritos intelectuais, mas rejeitado por não haver “entrado em comunhão mística com o Dao” e “se escondido do mundo” como Laozi. Sem interesse pelo lado místico do Daoismo, Guo Xiang também censura as ideias de Zhuangzi. Apesar de apreciar o pensamento de Zhuang Zhou e qualidades literárias de seu livro, argumenta carecerem de realizações e utilidade prática.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Terceira (Os textos da tradição), cap. 33, “Tudo sob o Céu”
(战国庄周与弟子著,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》);《莊子·雜篇》卷第三十三《天下》)。
Guo Xiang. “Prefácio” das Anotações ao Livro de Zhuangzi.
(西晋郭象編《庄子注·序》)
Esse é um final estranho, pois os “Debatedores” não são reconhecidos como “Estudo do Dao”. Os seus representantes, como Gongsun Long, manipulavam a relação entre “Nomes” e “Coisas”, como subterfúgio para vencer debates e promover os fins políticos de seus empregadores. “Tudo sob o Céu” enfoca especificamente a Hui Shi, que serviu ao rei de Wei. Crítico dos outros “Debatedores”, Hui é retratado como o melhor amigo de Zhuang Zhou, apesar de que ambos nunca estivessem de acordo. Zhuangzi utilizou as técnicas de Hui Shi para combatê-lo, expondo suas próprias ideias sobre o Dao.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do mestre), cap. 1, “O conforto da viagem”; cap. 5, “o signo da virtude plena”. Parte Segunda (Os textos da escola), cap. 17, “águas de outono”; cap. 18, “a alegria suprema”. Parte Terceira (Os textos da tradição), cap. 24; “Xu Wugui”; cap. 33, “Tudo sob o Céu”
(战国庄周与弟子著,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》);《莊子·內篇》卷第三《養生主》;卷第五《德充符》;卷第七《應帝王》;《莊子·外篇》卷第十四《天運》;《莊子·雜篇》卷第二十三《庚桑楚》,卷第二十六《外物》,卷第二十七《寓言》,卷第三十三《天下》)。
Liu Xiang. Os Estratagemas dos Países. Livro 5: Os Estratagemas de Chu, parte III, “Zhang Yi expulsa Hui Shi de Wei” e “Os Cinco Países punem a Qin”; Livro 7: Os Estratagemas de Wei, parte I, “Zhang Yi intenta criar uma aliança entre Wei e Qin”; parte II, “O rei de Wei envia Hui Shi numa embaixada a Chu”, “Qi e Wei guerreiam em Maling” e “Hui Shi age em prol das relações de Han e Wei”.
(西汉刘向《戰國策·楚策》卷第五《楚三·張儀逐惠施於魏》、《楚三·五國伐秦》;《魏策》卷第七《魏一·張儀欲以魏合於秦韓》;《魏二·魏王令惠施之楚》、《魏二·齊魏戰於馬陵》、《魏二·惠施為韓魏交》
Embora sejam raras as menções a Zhuangzi em sua posteridade imediata, Xunzi o reconhecia como adversário e Sima Qian (final séc. II a.C.) considerava-o sucessor de Laozi. Em sua época, contudo, Zhuang Zhou não era tão famoso quanto os representantes do Daoismo Huang-Lao, porque resistia a ingressar no ambiente de corte. Apesar de haver várias anedotas sobre convites de poderosos, Zhuangzi deve ter preferido a convivência de seu círculo. Por isso, era “pobre”, tendo menos condições econômicas do que os “Shi” em funções burocráticas. Zhuang Zhou chegou, todavia, a exercer um pequeno cargo, que o colocou em contato com o estilo de vida e sabedoria dos artesãos, propiciando-lhe conhecimento de botânica – material para as suas obras. Zhuangzi acumulou um círculo de seguidores, embora não se conheçam detalhes.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Segunda (Os textos da escola), cap. 17, “águas de outono”; cap. 20, “montanhas e árvores”; cap. 21, “Tian Zifang”. Parte Terceira (Os textos da tradição), cap. 26; “o que está fora de si”; cap. 32, “Lie Yukou”; cap. 33, “Tudo sob o Céu”
(战国庄周与弟子著,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》):《莊子·外篇》卷第十七《秋水》,卷第二十《山木》,卷第二十一《田子方》;《莊子·雜篇》卷第二十六《外物》,卷第三十二《列禦寇》,卷第三十三《天下》)
Registros do Cronista, de Sima Qian: rolo 63 “ Série biográfica III: Laozi e Han Fei” ; (西汉司马迁著《史记》卷第六十三《老子韩非列传第三》;
Xun Qing. O Livro do Mestre Xun. Cap. 21 “Retirando o véu de ignorância”. (战国荀卿著《荀子·決蔽第二十一》)
Começamos a expor o pensamento de Zhuangzi, utilizando a edição de Guo Xiang (252-312). Os sete “Capítulos Interiores”, primeira divisão da obra, recolhem textos do próprio Zhuang Zhou. Neles se descreve um programa de cultivação peculiar. Zhuangzi é o único dos Mestres a não se preocupar com a aplicação política de suas ideias, por entender que uma carreira impõe obstáculos ao aperfeiçoamento individual. “Xiaoyaoyou” (“Viagem da Liberdade”), o primeiro capítulo da obra, também é o mais importante. Ele começa com a “fábula do peixe e do pássaro”, estória que tem dois conteúdos: “mito-cosmológico” e “moral-alegórico”. Segundo este último, Zhuangzi propõe que cada um deve viver conforme suas próprias limitações e necessidades, libertando-se das exigências que partem de fora e encontrando contentamento existencial por dentro.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do Mestre), cap. 1, “Viagem da Liberdade”, primeiro e segundo trechos.
(战国庄周与弟子著,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》):《庄子·内篇》卷第一《逍遥游》,“北冥有魚,其名为鯤”和“汤之问棘也是已”等兩文。
Concluímos a exposição sobre o ideal de existência de Zhuangzi, elaborado no primeiro capítulo de sua obra, “Xiaoyaoyou” (“Viagem da Liberdade”).
Não se tratava daquela reconhecida por terceiros como sucesso, mas um tipo de existência superior. Simbolizada pelos “Imortais”, seres que não envelhecem, nem precisam de alimento para sobreviverem, Zhuangzi utiliza técnicas daoistas de cultivação. Sua busca é voltada para dentro, explorando as possibilidades humanas, protegido dos conflitos de interesses e competição destrutiva típicos de quem busca algo fora de si.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do Mestre), cap. 1, “Viagem da Liberdade”, terceiro a sétimo trechos.
(战国庄周与弟子着,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》):《庄子·内篇》卷第一《逍遥游》,“故夫知效一官”、“ 尧让天下于许由”、“ 肩吾问于连叔曰”、“ 惠子谓庄子曰:‘魏王贻我大瓠之种,我树之成而实五石(…)’”、“ 惠子谓庄子曰:‘吾有大树,人谓之樗(…)’”等文。
O segundo capítulo de Zhuangzi, “Qiwulun”, trata da atitude mental e espiritual indispensável a quem busca o ideal exposto em “A Viagem da Liberdade”. “Qi-wu” pode ser traduzido como “igualando as coisas”. “Igualar” não é negar as diferenças objetivas das coisas, mas colocá-las subjetivamente num mesmo plano, superando o sentido de apetência por umas e aversão por outras. A primeira passagem de “Qiwulun” é programática, providenciando um contexto para o resto do capítulo. Nela, o mestre Nanguo Ziqi entra num transe meditativo à frente de seu discípulo Yancheng Ziyou. A seguida, explica-lhe as três etapas desse transe, as “Três Flautas”. Por meio de técnicas respiratórias, o daoista altera seu estado de consciência e mesmo separa seu espírito do corpo, “igualando as coisas” e contemplando o Dao.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do Mestre), cap. 2, “Igualando as Coisas”, primeiro trecho.
(战国庄周与弟子着,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》):《庄子·内篇》卷第二《齐物论》,“南郭子綦隐几而坐”等文。
Esta segunda e última transmissão sobre “Qiwulun” (“Igualando as coisas) expõe a forma de conhecer a realidade advogada por Zhuangzi. As passagens que se seguem às “Três Flautas” abordam os temas do saber e da linguagem, especialmente os limites desses em chegar à verdade absoluta representada pelo Dao. Esses limites confundem-se, em última instância, com os da existência humana, que desmembra o Dao (“inexistência absoluta”) nas noções de certo e errado (“existência relativa”). Para Zhuangzi, o Sábio deve eliminar essas distinções, intuindo a “Unidade” do Dao. Nesse sentido, é preciso pescrutar o mistério da vida, entendendo não só o que define a própria identidade, como indo além disso, relativizando-a. Todos esses ensinamentos tentam explicar a experiência meditativa das “Três Flautas”.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do Mestre), cap. 2, “Igualando as Coisas”, trechos 2 a 13.
(战国庄周与弟子着,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》):《庄子·内篇》卷第二《齐物论》,“大知闲闲,小知闲闲”; “非彼无我,非我无所取”; “夫言非吹也,言者有言”;“物无非彼,物无非是”;“可乎可,不可乎不可”; “可乎可,不可乎不可”;“ 古之人,其知有所至矣”;“ 今且有言于此,不知其与是类乎?”;“夫道未始有封”;“ 啮缺问乎王倪曰”;“瞿鹊子问乎长梧子曰”;“罔两问景曰”;“昔者庄周梦为胡蝶”等文。
Neste programa, exploramos o terceiro capítulo de Zhuangzi, “Yangshengzhu” – a “Essência do Cultivo da Vida”. Embora seja o capítulo mais curto da obra, tem um papel importante, ao indicar como pôr em prática a visão de realidade exposta em “Igualando as Coisas”. Na China de hoje, “Cultivo da Vida” define práticas de saúde tradicionais. Porém, no folclore daoista, o conceito é mais amplo, envolvendo “técnicas de longevidade”. Prolongar a vida é um meio de potencializar a busca da sabedoria, que inclui uma moralidade especial: a beleza interior e a falta de ambição. O daoista almeja uma vida tranquila e pratica meditação como formas de persistir em direção ao Dao.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do Mestre), cap. 3, “A Essência do Cultivo da Vida”, trechos 1 a 6.
(战国庄周与弟子着,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》):《庄子·内篇》卷第三《养生主》,“吾生也有涯,而知也无涯”; “庖丁为文惠君解牛”; “公文轩见右师而惊”;“ 泽雉十步一啄”;“ 老聃死,秦失吊之”;“指穷于为薪,火传也”等文。
Neste programa, falamos sobre a doutrina moral de Zhuangzi, integrada por dois temas. O capítulo quatro, o “Mundo das relações humanas”, critica a visão tradicional de que a realização humana presume participação no governo da sociedade. Zhuangzi ficcionaliza um Confúcio que censura as pessoas que buscam cargos públicos. A alegoria da árvore inútil defende que o daoista deve esconder suas qualidades, fugindo da competição por méritos e honras. O conceito de “desambição” incentiva os indivíduos a buscarem o que é desvalorizado pela sociedade. O capítulo cinco, “Emblema da Virtude plena”, explica que a verdadeira beleza moral é como a de criminosos mutilados e pessoas deformadas. Esses handicapes são escandalosos para a mentalidade tradicional, que presume a existência de uma relação entre o exterior e íntimo de cada um. Porém, o praticante daoista deve transcender a censura alheia e libertar-se do apego às coisas, encontrando equilíbrio e tranquilidade.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do Mestre), cap. 4, “O mundo das relações humanas”, trechos 1 a 8 e cap. 5, “O emblema da Virtude plena”, trechos 1 a 6.
(战国庄周与弟子着,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》):《庄子·内篇》卷第四《人间世》,“顏回見仲尼請行”; “葉公子高將使於齊”; “顏闔將傅衛靈公大子”;“ 匠石之齊”;“ 南伯子綦遊乎商之丘”;“ 支離疏者”;“ 孔子適楚”;“ 山木自寇也”等文;卷第五《德充符》,“魯有兀者王駘”; “申徒嘉,兀者也”; “魯有兀者叔山無趾”;“ 魯哀公問於仲尼曰”;“ 闉跂支離無脤說衛靈公”;“ 惠子謂莊子曰:「人故無情乎?」”等文。
Com este programa, concluímos o ciclo sobre Zhuangzi e seu livro. Tratamos dos dois últimos capítulos, que contêm os ensinamentos mais avançados da obra. “O mestre da grande doutrina” descreve os “Homens Verdadeiros” (imortais) em profundidade, revelando com maior clareza os elementos “religiosos” do pensamento de Zhuangzi. Motivado pela existência dos imortais, o praticante busca a longevidade, compreendendo a vida como um ciclo de transformação da Energia Vital. Portanto, não deve temer a morte. O capítulo final, “Resposta aos grandes reis” descreve um ideal de governo que, paradoxalmente, exige o afastamento da política. O imortal daoista governa através da “inação”, entregando-se à sua cultivação pessoal. O processo de irmanação ao Dao é um tipo de retorno ao “Caos”: para atingir o objetivo final, é preciso esquecer-se de si próprio.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do Mestre), cap. 6, “O mestre da grande doutrina”, trechos 1 a 10 e cap. 7, “Resposta aos grandes reis”, trechos 1 a 7.
(战国庄周与弟子着,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》):《庄子·内篇》卷第六《大宗师》,“知天之所为,知人之所为者,至矣”;“死生,命也,其有夜旦之常,天也”;“夫道,有情有信,无为无形”;“南伯子葵问乎女偊曰”;“子祀、子舆、子犁、子来四人相与语曰”;“子桑户、孟子反、子琴张三人相与友”;“颜回问仲尼曰:「孟孙才,其母死」”;“意而子见许由”;“颜回曰:「回益矣。」”;“子舆与子桑友”等文;卷第七《应帝王》,“啮缺问于王倪”;“肩吾见狂接舆”;“天根游于殷阳”;“阳子居见老聃曰”;“郑有神巫曰季咸”;“无为名尸”;“南海之帝为儵”等文。
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