A história vista por Confúcio: Zhou como síntese das “Três Dinastias”

Nesta primeira transmissão, falaremos sobre a história da China pregressa à era de Confúcio, com ênfase nas chamadas “Três Dinastias” (Xia, Shang e Zhou). Explicaremos como o processo de fundação de Zhou definiu a ideologia que Confúcio tinha da história chinesa, realçando o papel dos reis Wen e Wu, bem como, sobretudo, a contribuição do Duque Dan para a legitimidade da nova dinastia. Inspirado por esses exemplares, Confúcio nutria um ideal de vida política conservador, moralizante e conciliador.

Passagens dos Analectos referidas: 2.23; 3.14; 3.21; 3.25; 8.1; 8.18; 8.19; 8.20; 15.11

A China de Confúcio – O período da Primavera e Outono

Nesta segunda transmissão, descrevemos o contexto político imediato de Confúcio no período da “Primavera e Outono”. Tratamos em detalhe do golpe contra o Rei You de Zhou, que provocou a mudança da capital para Luoyang. Os reis de Zhou perderam assim o controle sobre o poder militar, mas continuaram a ser fonte de legitimidade através do sistema de “Ritos e Música”. Esse processo é pano de fundo não apenas para todo o pensamento de Confúcio, mas também para sua trajetória política.

Passagens dos Analectos referidas: 4.5; 9.14; 14.17

Confúcio e as idades do homem (I) – Infância e Maioridade: Tornando-se um Shi

Neste terceiro programa, começamos a narrar a trajetória pessoal de Confúcio. Embora os Analectos sejam a principal fonte primária para a sua biografia, a narrativa mais coerente é encontrada nos “Registos do Cronista”, de Sima Qian. Falamos sobre o perfil familiar de Confúcio e sua infância relativamente difícil. Descrevemos sua dedicação ao “Estudo”, seu trabalho como professor e, por fim, como entrou no serviço ao clã Ji, que detinha o poder real no feudo de Lu. Confúcio assim torna-se um “Shi”, iniciando sua carreira política.

Passagens dos Analectos referidas: 2.4; 7.7; 8.12; 9.6; 9.8; 12.13; 17.1

CONFÚCIO E AS IDADES DO HOMEM (II) – ENTRE ERUDIÇÃO E POLÍTICA – DE “SHI” A SÁBIO

Neste quarto programa, continuamos a narrar a trajetória pessoal de Confúcio, desta vez tratando do período entre seus trinta e cinquenta anos. Desde cedo, ficou claro que Confúcio tinha grandes ambições políticas, compatíveis com os conhecimentos que havia acumulado. As circunstâncias colocaram-no em contato com o Duque Jing de Qi, mas não conseguiu vencer a oposição dos colegas. Pela década dos quarenta anos, Confúcio estava de volta ao feudo de Lu, onde continuou sua carreira de mestre, conquistando a reputação de “Shengren” (Sábio), sem, contudo, obter um cargo político.

Passagens dos Analectos referidas: 2.4; 4.16; 8.20; 12.11; 12.19; 12.22; 13.12; 17.5; 18.3

 

Confúcio e as idades do homem (III) – “Compreendendo o Mandato do Céu”: O Apogeu

 

Nesta quinta transmissão, chegamos à fundamental década dos cinquenta anos, em que Confúcio afirma ter compreendido o “Mandato do Céu”. Depois de uma passagem malograda por Qi, ele conquistou uma posição a serviço do Duque Ding em Lu. Em seis anos, Confúcio tornou-se Grão-ministro de fato, tendo prevalecido sobre o Duque Jing e fortalecido a posição de seu soberano. Desta época vem o fato controverso da execução de um adversário, intelectual e político. Por fim, após o Duque Ding aceitar um presente questionável de Qi, Confúcio decide deixar Lu para buscar emprego em outras cortes.

Passagens dos Analectos referidas: 2.4; 3.25; 6.4; 7.14; 16.12;

Confúcio e as idades do homem (IV) – Compreendendo o Mandato do Céu: As tribulações

Nesta sexta transmissão, concluímos a fundamental década dos cinquenta anos, em que Confúcio afirma ter compreendido o “Mandato do Céu”. Estes são anos de tribulações. Após Lu fazer as pazes com Qi, Confúcio decidiu tentar a sorte no “feudo” de Wei, outra potência. É acompanhado por uma escolta de discípulos. Apesar de ser bem-recebido pelo Duque Ling, Confúcio não consegue se estabelecer e passa a explorar oportunidades em “feudos” menores, como o de Chen. Escapa de momentos de perigo, mas consolida amizades. Tenta uma última vez servir a Wei, sem sucesso. Morre o Duque.

Passagens dos Analectos referidas: 2.4; 6.28; 7.23; 9.5; 11.23; 13.3; 13.7; 13.9; 13.10; 13.15; 14.19; 14.25; 15.2; 15.1; 15.7

 

Confúcio e as idades do homem (V) – Os últimos anos: a liberdade possível

Com este sétimo programa, chegamos ao final da biografia de Confúcio, falando sobre a década dos sessenta e dos últimos dois (ou três) anos de sua vida. Não se trata de um período cheio de eventos importantes – para fora, mas do apogeu de um desenvolvimento – para dentro: intelectual, psicológico e espiritual. São anos em que Confúcio tem que aceitar que está demasiado velho para uma carreira política e que não realizará seus sonhos. Porém, ele consegue vencer esses desafios, sublimando sua visão peculiar da vida e conquistando um último prêmio: a liberdade possível.

Passagens dos Analectos referidas: 2.4; 2.19; 3.14; 7.19; 7.23; 9.1; 9.5; 11.19; 11.2; 11.26; 12.18; 13.2; 13.14; 16.8; 17.5; 18.7; 20.3

O mundo intelectual de Confúcio (1): o Mestre e sua escola

Começamos a segunda metade destas transmissões, doravante voltada para o mundo intelectual de Confúcio, com especial atenção para as práticas sociais responsáveis pela reprodução e transmissão de conhecimentos. Confúcio pertence a uma primeira geração de mestres que admitiam discípulos privadamente. Junto com seus discípulos, constituiu uma comunidade de ideais e interesses, a que chamamos de “escola”. Confúcio notabilizou-se como um grande erudito e sua “escola” produziu o currículo, o estilo de vida e a ideologia que hoje denominamos de confucianismo.

Passagens dos Analectos referidas: 5.2; 5.8; 5.10; 7.1; 7.2; 7.7; 7.9; 7.25; 7.34; 8.12; 9.6; 9.7; 11.22; 13.39; 14.24;

O mundo intelectual de Confúcio (2): A “Tradição literária” (“Wen”) e o duplo currículo das Seis Artes

Neste programa, descrevemos a revolução educacional propiciada por Confúcio e sua escola. Os “shi” (classe formada por membros da baixa nobreza que usualmente atuavam como burocratas na Corte e nos feudos) eram treinados num conjunto de aptidões práticas, conhecidas em chinês como as Seis Artes (menores). Confúcio foi um dos que promoveram o estudo sistemático de um conjunto de textos, que posteriormente viriam a consagrar-se como o “currículo superior” das Seis Artes (maiores). Subjacentes a elas está o conceito de “Wen”, que vincula a tradição literária de Zhou a um conjunto de virtudes morais e políticas.

O mundo intelectual de Confúcio (3): O Caminho do Estudo

A presente transmissão descreve a base da doutrinação confuciana, que chamamos de “Caminho do Estudo”. O “Estudo” confuciano está voltado para o passado, isto é, para o culto da tradição, reconhecida como verdade. Mais importante do que os conhecimentos formais, é o desenvolvimento da moralidade pessoal, num contexto de convivência e de imitação de modelos. O mestre conduz o processo de aprendizado, mas não é a autoridade última, antes se afirmando como representante e elo numa longa cadeia de transmissão. Ao mesmo tempo, o mestre também possui uma prerrogativa social importante, de avaliar seus alunos e os recomenda para entrada no serviço burocrático.

Passagens dos Analectos referidas: 1.1; 1.6; 1.7; 1.14; 7.1; 2.15; 4.15; 5.8; 7.20; 8.17; 11.3; 15.3; 15.6; 15.31; 16.9;

O mundo intelectual de Confúcio (4): Naturalidade e Refinamento

Neste programa, começamos a discutir o tipo de transformação existencial desejada por Confúcio e seus adeptos, partindo da visão positiva que têm da natureza humana. Embora seja reconhecido como o grande erudito da antiguidade chinesa, Confúcio atribuía um valor ainda mais elevado ao caráter humano, que chama de “Naturalidade”. Partindo dela, Confúcio também julgava desejável uma certa medida de “Refinamento”, de estudo da Tradição Literária, a ser promovido segundo os ditames do “Caminho do Estudo”.

Passagens dos Analectos referidas: 2.11; 3.8; 7.6; 7.8; 7.22; 11.20; 12.1; 15.18; 16.9; 16.10; 19.22;

O mundo intelectual de Confúcio (5): Ritos e Música

Os Ritos serviam de base para o Refinamento, tendo uma presença ubíqua na China antiga. Na sociedade, formalizava distinções naturais. Na educação, padronizava comportamentos. Na política, dava cogência a deveres morais de obediência, produzindo, idealmente, um certo sentido de harmonia entre governantes e governados.

Passagens dos Analectos referidas: 1.12; 2.3; 2.5; 3.4; 3.18; 3.26; 6.18; 6.27; 7.18; 8.8; 11.1; 13.20; 14.41; 17.11;

O mundo intelectual de Confúcio (6): O Homem Nobre

Neste programa, apresentamos o ideal de perfeição humana para a doutrina confuciana. Ao distinguirmos o pano de fundo social do conceito de “Homem Nobre”, demonstramos que também é utilizado pelos confucianos para criticar a vida político-burocrática. Nos Analectos, o conceito reveste-se de um sentido autobiográfico, referindo-se à trajetória pessoal de Confúcio. Enfatizamos, ao fim, que o valor maior da noção de “Homem Nobre” é o de promover um tipo de disciplina pessoal, obtida por meio do Caminho do Estudo, que concede segurança existencial e paz de espírito ao praticante.

Passagens dos Analectos referidas: 1.3; 1.8; 2.12; 2.14; 4.11; 4.16; 4.24; 7.37; 11.1; 11.26; 12.4; 12.19; 13.23; 13.26; 14.23; 14.26; 14.27; 14.35; 14.42; 15.18; 15.19; 15.20; 15.21; 15.22; 15.34; 16.6; 17.23; 20.3; 15.21; 15.22;

O mundo intelectual de Confúcio (7): A Humanidade

A presente transmissão enfoca o ápice do projeto de renovação moral confuciano, a virtude conhecida como “Humanidade”. Confúcio parece entrever a vida política como indispensável à sua busca, tratando-se de uma virtude socializável: o soberano que conquistou a Humanidade beneficia indiretamente a coletividade. No contexto do Estudo, é vista com substância dos Ritos e, junto com Sabedoria e Coragem, integra o catálogo das virtudes cardinais. Na prática, porém, a Humanidade restou um ideal irrealizado, que daria ímpeto ao movimento confuciano pelas eras.

Passagens dos Analectos referidas: 3.3; 4.2; 5.8; 6.3; 6.23; 6.30; 5.19; 7.16; 7.21; 7.30; 8.2; 8.10; 9.1; 9.29; 12.1; 12.2; 12.3; 12.22; 13.12; 13.27; 14.1; 14. 6; 14.16; 14.17; 14.28; 15.9; 15.33; 15.35; 17.6; 18.1;

O mundo intelectual de Confúcio (8): O Dao

Nesta última transmissão sobre Confúcio, resolvemos o paradoxo da discrepância entre as noções de Homem Nobre e de Humanidade. O Dao (“Caminho”) é o elemento que dá coerência à doutrina confuciana como um todo, representando todo o processo de “autocultivação” moral e de preparação do indivíduo para a vida política e social. O Dao de Confúcio não é um ensinamento transcendente ou abstrato, mas culturalmente específico, inseparável do pano de fundo histórico e institucional desenvolvido nesta série de programas.

Passagens dos Analectos referidas: 1.3; 1.5; 1.11; 1.12; 1.14; 2.3; 3.16; 3.24; 4.5; 4.15; 4.20; 5.2; 5.7; 5.16; 5.21; 6.7; 7.6; 8.3; 12.1; 15.40; 16.2; 17.4; 19.22;

The radio program is also accessible on the official website of CRI:https://portuguese.cri.cn/special/cultura/index.shtml